quarta-feira, 1 de junho de 2011

Carta de Convite para Reestruturação do Movimento LGBTT na UNB


Vivemos uma conjuntura política de luta contra a opressão na Universidade de Brasília bastante preocupante. A cada dia mais atos de intolerância são cometidos em nossa Universidade e somente atos paliativos ocorrem para que isso mude. Recentemente um estudante da FS ( Faculdade de Saúde) sofreu um ato de caráter homofóbico , justamente na época de agitação na UNB para o fim da homofobia, tendo seu agressor saído impune de tal ação.
Enquanto os índices de violência por intolerância aumentam gradativamente, a organização política de nossa universidade na luta contra as opressões é cada vez menor. No período entre os anos de 2010 e 2011 a força da atuação política dos LGBTTs em nossa diversidade veio diminuindo gradativamente. Por outro lado nos últimos 5 anos o índice de assassinatos LGBTTs aumentou 113%.
Está mais do que na hora de reorganizarmos nossas ações na Universidade da capital do Brasil. Os últimos atos de luta contra a opressão na UNB foram puxados por instituições que não possuem um caráter de luta específico nessa questão, ou que realmente não têm um debate político crítico e revolucionário das ações do Estado brasileiro de enfrentamento da homofobia.
As mudanças reais para o fim da opressão na UNB só ocorreram com a reorganização dos LGBTTs e simpatizantes da luta, eles sim serão o quadro revolucionário de criação e organização de um movimento político conciso e poderoso para darmos um basta nas amarras da intolerância que envolvem  nossa instituição.
Passamos por uma conjuntura delicada e ambígua. Enquanto o STF aprova por unanimidade a união estável entre pessoas do mesmo sexo, na Camâra vemos uma grande ação da base governista dos setores mais conservadores do nosso país querendo restringir este avanço, acabar com a campanha do MEC para a diversidade sexual, e travando o tramite de aprovação da PLC 122.
Há ainda o caráter ambíguo da conquista dada pelo STF, já que a aprovação da união estável veio de um espaço não representativo da nossa sociedade e de legitimidade de manutenção do estado opressor, que por sua base sistêmica é o gerador da grande questão social que em suas expressões nos dá a intolerância e a opressão social.
Por isso, convocamos uma reunião LGBTT no Centro Acadêmico de Serviço Social da Universidade de Brasília. Para quem em um espaço amplo e democrático começamos a tornar nossa luta algo constante e não preso a datas anuais. Precisamos também discutir e deliberar ações sobre a questão do deputado Jair Bolsonaro e do humorista Rafinha Bastos, e para, além disso, precisamos pressionar a UNB para a garantia de uma educação de qualidade, laica e diversa.  A nossa luta é todo dia pela vida, pela humanidade e pelo amor, por isso convocamos todas e todos para essa reunião de reorganização do movimento LGBTT da UNB no dia 16/06/2011 as 12:00 h.

Nota do CASESO sobre a reorganização do MESS da Região 4



























Neste final de semana, dias 3, 4, e 5 de junho, alguns centros acadêmicos de Serviço Social da Região 4 estão puxando um encontro auto-intitulado "Encontro Regional de Estudantes de Serviço Social". Diante desse fato, nós do CASESO-UnB (gestão "Quem Vem Com Tudo Não Cansa") viemos através desta nota prestar alguns esclarecimentos à base de nosso curso e ao MESS.
1. É fato conhecido o ocorrido no último ERESS, implodido de forma irresponsável por correntes que atuam no MESS (MEPR e AE-PT), o que produziu uma total desarticulação entre as escolas de nossa Região e impediu a eleição de uma Coordenação Regional para tocar as lutas e organizar os estudantes da Região 4: no último dia de Encontro, quando seria votada a Coordenação Regional, essas correntes impediram a continuidade do mesmo – por não terem conseguido montar chapa! –, o que gerou uma crise na plenária e um esvaziamento do espaço, visto que muitas escolas tiveram que se retirar para poderem retornar a seus estados. A atual desarticulação das escolas de nossa Região é explicada por esse fato, e essa é uma responsabilidade que recai sobre as correntes que implodiram o último encontro, utilizando para tal métodos despolitizados como a calúnia, e se apoiando na inexperiência de alguns setores presentes.
2. A construção de um encontro como o ERESS deve se dar de forma coletiva e amplamente democrática, e para garantir isso faz-se necessário um fórum prévio, que discuta a forma do encontro, a metodologia adotada, os eixos que serão discutidos etc. Esse fórum é o CORESS: Conselho Regional de Estudantes de Serviço Social. Infelizmente, por não existir uma Coordenação Regional em nossa Região, não houve um CORESS este ano. Houve, sim, uma tentativa de realização do CORESS, que não chegou a ser viabilizado por falta de quórum.
3. A construção do "ERESS" este ano, em função dos problemas apontados, se deu de forma arbitrária: em nenhum momento os atores envolvidos na construção do encontro procuraram o Centro Acadêmico de Serviço Social da UnB para discutir qualquer assunto relacionado ao "ERESS". Não cabe entrar no mérito do esforço dos companheiros na construção desse "ERESS"; o que queremos ressaltar é que não podemos considerar um encontro construído nesses marcos como legítimo.
4. A gestão de nosso Centro Acadêmico comete equívocos, e isso está fora de discussão. O papel da oposição é apontar estes equívocos, e disputar politicamente a direção do curso é um papel que lhe cabe, desde que essa disputa se dê de forma honesta, nos momentos adequados, sem que se utilize para tal métodos como a mentira e a falsificação da realidade. Infelizmente não é isso que tem ocorrido atualmente: assistimos os mesmos atores que protagonizaram a implosão de nosso último ERESS e destruíram politicamente nossa Região acusando a gestão de nosso Centro Acadêmico de impedir a participação dos estudantes de Serviço Social da UnB nos fóruns do MESS! Se esses companheiros, que dizem estar preocupados com a reorganização de nossa Região de fato tem essa preocupação, por que, afinal de contas, implodiram o último ERESS?
5. Reconstruir a Região 4 é uma tarefa importantíssima para o conjunto dos estudantes de Serviço Social, mas não acreditamos que o encontro que ocorrerá sábado reflita essa reconstrução, por todos os elementos apontados nesta carta. Todos os estudantes que queiram ir a esse encontro tem o direito de fazê-lo, e o CASESO convida esses estudantes a apresentar uma lista de nomes à gestão, para que possamos discutir a liberação de bolsas viagem para o encontro.
6. Reivindicamos como espaços legítimos para a eleição de uma Coordenação Regional aqueles previstos no Estatuto de nossa Executiva Nacional, a ENESSO. É preciso construir desde já uma grande plenária da Região 4 para discutir a reorganização do MESS no Encontro Nacional de Estudantes de Serviço Social, que ocorrerá em julho, em São Paulo. Até lá, qualquer suposta Coordenação Regional que venha a surgir será considerada por nosso Centro Acadêmico como ilegítima e artificial.

Centro Acadêmico de Serviço Social - UnB
gestão Quem Vem Com Tudo Não Cansa