Vivemos uma conjuntura política de luta contra a opressão na Universidade de Brasília bastante preocupante. A cada dia mais atos de intolerância são cometidos em nossa Universidade e somente atos paliativos ocorrem para que isso mude. Recentemente um estudante da FS ( Faculdade de Saúde) sofreu um ato de caráter homofóbico , justamente na época de agitação na UNB para o fim da homofobia, tendo seu agressor saído impune de tal ação.
Enquanto os índices de violência por intolerância aumentam gradativamente, a organização política de nossa universidade na luta contra as opressões é cada vez menor. No período entre os anos de 2010 e 2011 a força da atuação política dos LGBTTs em nossa diversidade veio diminuindo gradativamente. Por outro lado nos últimos 5 anos o índice de assassinatos LGBTTs aumentou 113%.
Está mais do que na hora de reorganizarmos nossas ações na Universidade da capital do Brasil. Os últimos atos de luta contra a opressão na UNB foram puxados por instituições que não possuem um caráter de luta específico nessa questão, ou que realmente não têm um debate político crítico e revolucionário das ações do Estado brasileiro de enfrentamento da homofobia.
As mudanças reais para o fim da opressão na UNB só ocorreram com a reorganização dos LGBTTs e simpatizantes da luta, eles sim serão o quadro revolucionário de criação e organização de um movimento político conciso e poderoso para darmos um basta nas amarras da intolerância que envolvem nossa instituição.
Passamos por uma conjuntura delicada e ambígua. Enquanto o STF aprova por unanimidade a união estável entre pessoas do mesmo sexo, na Camâra vemos uma grande ação da base governista dos setores mais conservadores do nosso país querendo restringir este avanço, acabar com a campanha do MEC para a diversidade sexual, e travando o tramite de aprovação da PLC 122.
Há ainda o caráter ambíguo da conquista dada pelo STF, já que a aprovação da união estável veio de um espaço não representativo da nossa sociedade e de legitimidade de manutenção do estado opressor, que por sua base sistêmica é o gerador da grande questão social que em suas expressões nos dá a intolerância e a opressão social.
Por isso, convocamos uma reunião LGBTT no Centro Acadêmico de Serviço Social da Universidade de Brasília. Para quem em um espaço amplo e democrático começamos a tornar nossa luta algo constante e não preso a datas anuais. Precisamos também discutir e deliberar ações sobre a questão do deputado Jair Bolsonaro e do humorista Rafinha Bastos, e para, além disso, precisamos pressionar a UNB para a garantia de uma educação de qualidade, laica e diversa. A nossa luta é todo dia pela vida, pela humanidade e pelo amor, por isso convocamos todas e todos para essa reunião de reorganização do movimento LGBTT da UNB no dia 16/06/2011 as 12:00 h.
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