segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE QUER NEGAR CONVÊNIO COM A UNB PARA A CELEBRAÇÃO DO ESTÁGIO NO PRÓXIMO SEMESTRE.




Durante a última reunião de colegiado desse ano, foi apresentada pela coordenação de estágio a seguinte situação: a SES – DF/ FEPECS não aceitaram o convênio com a UnB o que não nos habilitaria ao estágio curricular no campo da saúde no próximo semestre, 1º 2012.

É de conhecimento de todos/as discentes e docentes do curso de Serviço Social que o estágio é um ato educativo privilegiado, pois dinamiza a compreensão sobre o ambiente de trabalho do Serviço Social.

Nesse final de semestre cerca de 70% dos estudantes matriculados em estágio I apresentaram seus projetos de intervenção a serem aplicados no 1/2012 nos seus respectivos campos de estágio nas unidades de saúde do DF. Também se preparam outros muitos estudantes para se matricular em Estágio I. Esses/essas estudantes estariam obrigados a deixarem o campo de estágio e/ou correrem o risco de ficarem sem campo para o seu estágio.

O campo da saúde representa cerca de 70% dos campos de estágio conveniados com a UnB e que estão em utilização. Dito isso percebemos que o impacto dessa decisão da SES – DF/FEPECS é um grandioso ataque e uma profunda retaliação ao ato de boicote ao ENADE, desenvolvido pelo corpo discente. É sabido que a nota do curso no ENADE não é a mesma nota dos estudantes na prova. Para a efetivação da avaliação sobre a instituição outros recursos, para além da prova, são requeridos. Assim o Serviço Social foi avaliado com a nota 2. Hoje a SES –DF e a FEPECS apresentam que só aceitam instituições de ensino com nota 3 ou superior.

A nota que obtivemos no ENADE, fruto em grande parcela pelo boicote realizado, não reflete a grande excelência do nosso departamento. Essa nota desconsidera os inúmeros grupos de pesquisa, as produções no curso, as teses de conclusão e curso, mestrado e doutorado e a qualidade do corpo profissional.

O ENADE é uma prova que desconsidera as particularidades regionais das instituições de ensino, coloca em pé de igualdade estudantes dos primeiros semestres e dos últimos, é utilizado como propaganda publicitária para várias faculdades privadas de qualidade duvidosa e estabelece um ranqueamento entre as universidades, destinando maiores verbas àquelas que se saem melhor (quando deveria ser justamente o contrário). É uma avaliação que não se propõe a solucionar os problemas estruturais da Educação brasileira, estando a serviço de uma lógica meritocrática relacionada à implementação da Reforma Universitária no Governo Lula, aprofundada pelo Governo Dilma, juntamente com o PROUNI, REUNI, EaD e demais políticas educacionais de caráter neoliberal, que destroem a Educação pública. Agora vemos ser concretizado na prática as críticas feitas aqui sobre a prova. Diante de uma nota abaixo da exigida o governo propõe solucionar o suposto problema do departamento de Serviço Social da UnB ou aprofundar esse suposto problema pedagógico que estaria contido na nota 2 do ENADE?

O boicote ao ENADE significou demarcar um posicionamento político dos/das estudantes que não concordam com essa prova e acham que é possível construir um novo modelo de avaliação nacional, que esteja a serviço de solucionar o caos do ensino superior brasileiro.
- Exigimos que a SES –DF/FEPECS volte atrás em seus posicionamentos e levem em consideração alternativas de avaliação da qualidade do curso. Tais como a nota do curso na CAPES. Queremos o direito de estagiar na saúde!
- Também convocamos a Reitoria da UnB para fazer parte da negociação com a secretaria e suas instâncias!